sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Bem-te-vi

Migalha engana mas não sacia. 
Eu, gulosa que sou, sempre quero o pedaço inteiro, o pedaço maior, tudo o que posso conseguir. E você, meu bem, sabe que não sou passarinho. O que é pouco não me satisfaz. É certo que voei, voei, voei. Mas não quero me aquietar onde a migalha é maior, voar pra longe quando acabar, procurar, procurar, procurar. Eu pousei. Pousei, aqui, do seu lado, com a cabeça encostada no teu peito, com minha mão na sua. E é aqui que quero ficar, onde tenho o maior pedaço, onde tenho o que preciso, o que quero e  também tudo o que me faz sorrir quando acordo ouvindo tantos pássaros cantando, correndo atrás das migalhas literais.
Então continuo contigo, sem nenhuma migalha metafórica, tendo sempre o maior pedaço de tudo. Até da torta que dividimos à tarde enquanto você me chamava de gulosa.
E eu não tenho mais fome.