sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ainda sou capaz de lhe compor poemas e poesias
Ainda sou capaz de lhe derramar lágrimas
De lhe sorrir também
Mas escolhi me esconder
Fechar os olhos para não ver
Mas já não dá mais para fazer isso
Não dá para negar que ainda há um buraco aqui
Que não deixei ser preenchido
Pois não quis reconhecer sua existência
Menti todo dia até hoje que não era nada.
Na esperança de que passasse
Que cicatrizasse sozinho
Sem dor
Doce ilusão
Dói, tá doendo, vai doer
Até cicatrizar de verdade
Até eu parar de me enganar
Até essa esperança descabida morrer
Quem sabe quando eu aceitar que não há mais volta
Que não vão ser para mim suas declarações
Quando eu parar de querer dizer que...
É,acho que vou ficar bem.



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Diálogo Intimo

Uma conversa entre meu coração e minha cabeça seria mais ou menos assim:

CABEÇA: Olha o que você tá fazendo. Olhas as consequências. Você não tá pronta para lidar com isso.
CORAÇÃO: Foda-se!!
CABEÇA: Você vai se machucar
CORAÇÃO: Lá lá lá lá! Não to te ouvindo! Lá lá lá
CABEÇA : Deixa de ser infantil. Cresça, aprenda com seus erros.
CORAÇÃO: Mas agora é diferente!
CABEÇA: Não, não é. A situação não mudou e você sabe disso
CORAÇÃO: Você vai ver! Eu vou te provar que eu to certo e você errado!
CABEÇA: ...
CORAÇÃO: Sabia que você ia ver que eu estava certo
CABEÇA: ...
CORAÇÃO: "batendo forte"
CABEÇA: Isso vai dar merda
CORAÇÃO: NÃO VAI NÃO!!! OLHA SÓ!
 *age impulsivamente*
CABEÇA: Já sei onde isso vai dar
 * o óbvio acontece*
CORAÇÃO: Mas não é possível! Eu tava feliz! Era óbvio que ia dar certo
CABEÇA: Não mesmo
CORAÇÃO: "quebrado"
CABEÇA:  Eu avisei
CORAÇÃO: Mas o amor ele é mais forte que tudo. Por que tá acontecendo comigo??
CABEÇA: Você precisa ser mais realista
CORAÇÃO: Mas o AMOR!!
CABEÇA: Não acredito que to tendo essa briga contigo de novo...



                                                                                                                   Algum dia de 2012, em Brasília

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Bem-te-vi

Migalha engana mas não sacia. 
Eu, gulosa que sou, sempre quero o pedaço inteiro, o pedaço maior, tudo o que posso conseguir. E você, meu bem, sabe que não sou passarinho. O que é pouco não me satisfaz. É certo que voei, voei, voei. Mas não quero me aquietar onde a migalha é maior, voar pra longe quando acabar, procurar, procurar, procurar. Eu pousei. Pousei, aqui, do seu lado, com a cabeça encostada no teu peito, com minha mão na sua. E é aqui que quero ficar, onde tenho o maior pedaço, onde tenho o que preciso, o que quero e  também tudo o que me faz sorrir quando acordo ouvindo tantos pássaros cantando, correndo atrás das migalhas literais.
Então continuo contigo, sem nenhuma migalha metafórica, tendo sempre o maior pedaço de tudo. Até da torta que dividimos à tarde enquanto você me chamava de gulosa.
E eu não tenho mais fome.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Rocha

É no meio dos meus erros e que descubro que ele é meu maior acerto. Erro quando transformo os cascalhos que encontro em rochas quase intransponíveis, porque sou uma constante vítima do overthinking, como já disse pra ele e já disse pra todos, e porque cada machucadinho que me causam essas pedrinhas me deixa com medo de pisar mais uma vez onde me arranhou mas pode vir a cortar.
Enquanto erro, ele me abraça e diz que vamos ficar bem, que somos muito bons juntos, que me preocupo sem necessidade. Mas eu faço cena; faço drama; faço, de cascalho, rocha. E ele se mantém firme: somos ótimos, somos ótimos, somos ótimos - ele repete com suas ações toda vez que exagero nos medos.
E, se os medos ficam grandes, erro ao pedir que ele me fale com palavras tudo o que me diz com suas atitudes. Errei quando duvidei do que temos; quando comparei coisas que não se medem; não se comparam; porque, se a natureza delas é a mesma, a origem não o é e nós nunca seremos iguais, nem devíamos, nem queremos,
Mas ele me diz o que preciso ouvir, me lembra que tenho mil acertos, me faz esquecer as bobagens que faço por ser uma boba apaixonada. "Vamos ficar bem", eu digo quando sorrio. "Somos muito bons juntos", penso quando sinto aquela calma que só existe com ele. "Eu me preocupo demais", sei quando ele ele sorri e vejo na minha frente o que ele não diz. E no meio dos meus erros, sei que ele é meu maior acerto; porque ele faz tudo ficar simples, tudo ficar fácil, tudo ficar bonito: os meus erros, que me parecem ter todo o potencial para ser uma rocha caída em cima do relacionamento, parecem cascalho quando ele me abraça e nunca mais me solta.
É ele, é ele, é ele, meu coração parece dizer enquanto dispara, enquanto os erros ficam esquecidos. É ele. Ele que é rocha; que é tão seguro, tão forte, tão imenso nos meus olhos. É ele. Se não para sempre, para todo o agora.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sobre ele

Eu sou minha. Meus gostos, meus medos, minhas vontades. Sou minha e é meu o que, sozinha, consegui nessa minha vida. Mas o que tenho de mais caro é o que ele me deu - tão inesperadamente, tão suavemente. O que tenho de mais bonito é o sentimento que aprendi a ter: o carinho, o afeto, a vontade de me prender nos braços de um outro alguém por sentir tamanha paz ao lado dele. Dentre tantas alegrias que a sorte me trouxe, ele soube como me trazer uma felicidade tão própria do "nós" que temos.
Sou minha, mas meus sentimentos mais sinceros são os que entrego, de bom grado, a ele. Ele que me deu mais do que eu jamais pedi, que me deu tudo o que eu nunca soube que quis. E se meu coração dispara - porque esse coração bate mais contente com ele, mas ainda é meu - é porque a pele dele faz a minha parecer fria e quase errada quando não está me tocando.
O que ele me traz é o tipo de sentimento mais doce desse nosso mundo e eu - que sou minha - espero poder dividir meus dias, meus gostos, meus medos e minhas vontades. E faço de mim um dos meus textos sobre ele: continuo minha, mas não deixo de ser um pouco dele.

domingo, 14 de abril de 2013

...Daniela.

Incrível como alguns minutos podem fazer um dia inteiro se transformar.
Uma ligação sua de cinco minutos me faz sorrir como uma criança no Natal, nossos assuntos idiotas que perduram durante uma aula inteira me fazem ter vontade de nunca sair daquele lugar.
Do mesmo jeito que quando o mundo parece conspirar e tudo para de funcionar, o mundo sai de sincronia, as horas não passam, viram anos. Quase morro sem meia palavra sua. E eu sei que você sente isso também.
Acordar sem uma mensagem sua, sem poder te ligar. Garimpando momentos para telefonar.
Mas vale a pena. Vale a pena te amar, ficar algumas horas sem você, mas saber que você está lá querendo tanto me encontrar.
Nosso amor movido a saudade, de vontade de estar, ser e permanecer. Nossos atos de coragem diários de desligar, dizer tchau após ouvir "Eu te amo". De chorar e esconder para não machucar, de declarar o óbvio, só pelo prazer de dizer.
Dedicar músicas para tentar expressar o que nossas palavras já não conseguem dizer, trocar fotos para apaziguar o desejo de reencontrar. Sentir o coração saltitar, dançar e dar um mortal quando marcamos de nos encontrar.
Quando você me abraça apertado, beija minha testa reafirmando que não, não estou sonhando, quando você me beija, criando um fogo que me consome de dentro para fora, apagando todos meus medos e neuras. Quando você gargalha das besteiras que eu falo, das minhas ideias mirabolantes, sua risada solta, plena, que preenche cada cantinho do meu peito.
Seu perfume que eu guardo na memória para poder encontrar um pedacinho de você em cada frasco que eu achar. Seu nome que não sai da ponta da minha língua, dos meus pensamentos e planos.
Você menina, que encontrei da maneira mais inesperada e improvável. Você que odeia o celular, mas não sai mais sem ele porque você sabe que preciso lhe falar. Você que diz não ser romântica, mas se desdobra para me surpreender, me fazer chorar de alegria. Você que faz de tudo para eu dançar, que me provoca por provocar, que não desliga o skype por não saber onde apertar, você que me faz sonhar.
A mulher que me completa, que me ensinou como é amar e ser amada.
Quem é ela? O nome dela é...

terça-feira, 26 de março de 2013

Sou filha de Calíope e cria de Safo.
As palavras são minhas amantes, minhas confidentes.
Mas você, você me inspira, me faz sonhar.
Uma mera lembrança do teu olhar me leva a escrever uma odisséia ou um ode ao teu sorriso.
Tornar-te-ei em uma epopéia.
Te eternizarei em minhas memórias.
Dedicarei-me diariamente a te fazer feliz como me fazes ser,
Minha Musa.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Regresso


Ah!Reencontrei meu romantismo.
Meu refúgio, minha casa dentro de mim. 
Ah minhas palavras, minhas belas palavras!
Que saudade de brincar com vocês, de fazer Amor com cada letra.
De caligrafia desenhada, fazer os contornos da pessoa amada.
Como é bom voltar ao meu mundo ébrio, encantado.
Ter razão para escrever, um motivo para sonhar.
Obrigada por me fazer voltar.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cansei de brincar de viver, de ser adulta, de fingir que sei o que quero ser quando crescer.
Eu não sei, não sei se algum dia vou realmente saber.
Cansei de acordar com travesseiro molhado por não poder chorar perto de vocês,
Cansei de usar essa máscara para vocês não me esquecerem.
Cansei de pensar, de sonhar e ter que acordar.

Parem, me deixem ser.
Me deixem ensurdecer, me deixem cair, sangrar
Eu quero errar, quero não me arrepender
Me deixem querer

Me deixem sem me deixar
Sem partir, se afastar.
Não me façam chorar.

Sou imperfeita
Sou sua cria

Apenas sou.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Recorte

Então você me olha com esses seus olhos de esfinge: decifra-me ou devoro-te. Eu me sinto afundar nesse par de cores mais lindas do meu dia enquanto fico cada vez mais presa nesse seu olhar.
Te abraço forte e sinto seu coração bater perto do meu. E, por mais clichê que seja, não consigo não desejar poder recortar esse momento e passar algumas horas admirando o "nós dois".
Sinto o cheiro da sua pele e suas mãos tão cuidadosas. Sinto meu sorriso (aquele que é todo seu) grudado no rosto como se fosse a expressão mais correta para mim. Sinto o sangue correr depressa enquanto o beijo é lento.
Então me afasto dez centímetros para poder olhar bem para esses seus olhos de esfinge: escuros, misteriosos e lindos. Conheço mais de você e entrego-me cada vez mais.
Então digo com meu olhar: - decifro-te e devora-me.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Heróis foram feitos para sobreviver. E você, amor, foi feito para ser um herói.
Não importa se está frio demais, difícil demais, doído demais. Você vai passar por tudo isso, vai enfrentar seus dragões como sempre fez, vai renascer das cinzas como a fênix metafórica que nós dois sabemos que você é. E eu vou estar aqui, desempenhando bem meu papel - não de donzela esperando ser salva, eu sou aquela que te ajuda a vencer os obstáculos para alcançar a princesa.
Você vai conseguir, meu bem. Vai partir meu coração, mas ninguém vai se importar no fim: essa história deve ser sobre um herói, não sobre uma menina qualquer.
Larga essa auto-piedade de lado que a única que vai sofrer serei eu. Aceita seu destino heróico, quebra sua maldição, volta pra casa como um vencedor. Seja feliz.
Sabe, heróis foram feitos para sobreviver. E você faz isso bem demais. No fundo, sempre existe uma centelha restante de vida. É o suficiente.
Então me deixe te ajudar. Mas não me jure seu amor. Claro que vou ser importante para você, mas não vai ser meu nome que você vai sussurrar no último capítulo. Então pulemos essa parte, que meu nome nem vai ser lembrado. Eu só serei "a que costumava ajudar o herói". Aceito isso. Aceite. Sobreviva.
Porque heróis foram feitos para sobreviver. Mas, meu amor, você foi feito para mais. Você vai viver.
E eu, no fim, provavelmente vou viver também. Esquecida, sim, mas eu vou me lembrar de você. De como você lutou tão brava e duramente. De como venceu. De como se tornou o herói que eu sabia que seria.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Olho para minha janela e rezo pra que chova.
Quero que a chuva entre e molhe o meu piso. Que alcance minha cama. Que bata no meu rosto e lave meus pecados.
Não sou digno, mas que a água caia enquanto durmo e me acorde dos meus tantos pesadelos.
Quero que a chuva seja minha redenção, que me mostre que ainda sou humano. Quero ser capaz de sentir algo além dessa mediocridade ante minha existência.
Rezo para que a chuva me traga de volta a vida que deixei passar.
Mas a manhã vem e a chuva nunca cai. E quando o sol acorda, não é a chuva que pode me impedir de levantar e conviver com o que fiz. Não é a chuva que pode me livrar das correntes que os dias trazem.