segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vontade

Maurício acordou com vontade de tomar sorvete. Vontade de correr descalço, de dançar na chuva que batia forte em sua janela, de cantar músicas tolas e de se declarar. Tomou banho, tomou seu café da manhã que tinha gosto de papelão, pegou seu carro e foi ao trabalho.
O escritório, como em todos os dias, o fez querer sair correndo. "Um dia vou tomar coragem e fazer algo de que realmente goste" pensou Maurício, como em todos os dias.
O dia transcorreu normalmente: cinza. E não aquele cinza bonito, pesado, saturado de emoção e sentimento; era o cinza que passa sem que mereça um segundo olhar, o vazio. Mas as vontades continuaram. Amanhã. Amanhã. Amanhã. Maurício sempre deixava para amanhã.
Fim do expediente. Academia. Mercado. Casa. O silêncio. A solidão. Ele não podia aguentar mais uma noite tão igual às anteriores. Carro. Sinal vermelho. Motorista bêbado.
Maurício morreu com vontade de viver.

domingo, 29 de abril de 2012

Carta Aberta aos Conselheiros de Plantão

Vocês me avisam. Sempre estão avisando, aconselhando, protegendo a menina que sou dos perigos e dos erros. E nenhuma alma sequer tenta enxergar que eu não quero ser protegida.
Entendo os riscos que corro ao me jogar de cabeça em todo e qualquer sentimento, mas eu desejo as sensações que eles me trazem. Sei que posso me machucar, que estou pedindo por um coração partido, é assim que eu sou.
Sempre escolhi os caminhos difíceis, os que poderiam me fazer mais feliz. Não é agora que vou mudar. A felicidade clama por perigos. Já dizia o ditado: quem não se arrisca, não petisca.
É óbvio que sinto medo, que por vezes me pego pensando em como seria se estivesse abraçando o seguro. Mas encontrei tudo o que pode me fazer feliz - o que já me faz feliz! - e não estou disposta a deixar a dúvida vencer; não quando a maior certeza que tenho é meu contentamento.
Então que falem. Que avisem. Quando as manhãs começarem, eu vou abrir bem os olhos e me jogar nas sensações. Porque prefiro ouvir "eu te avisei" a pensar que minhas chances passaram por mim e eu acenei de longe.
Compreendo, vocês querem o meu bem. Mas o coração é meu, vou quebra-lo quantas vezes forem necessárias para achar as escolhas certas. Quem disse que não são as que já fiz?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Assombrada

Escrevo textos que sei que nunca vou ter coragem de publicar, textos que são uma versão resumida de mim, textos que não me dizem nada a partir do momento em que os termino. Escrevo sobre sonhos, vontades, lembranças, sentimentos, minha visão distorcida da realidade.
Eu me viro ao avesso, dou tudo de mim, desafogo minhas mágoas, mergulho minh'alma em sensações. E nada parece ser o bastante. Nada me sacia.
Então minhas palavras me assombram, transformam minhas madrugadas em longas horas em que escrevo, mas nunca se satisfazem. Suspeito que elas são seres míticos nascidos exatamente para me atormentar, me desafiar. Seres criados para me fazer escrever. Porém nunca me saciar.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Chato, chato, chato

Eu reclamo de você e digo que espero que nem vá à aula. E todo mundo pode ver que estou simplesmente sentido sua falta.
Eu discuto com você, jogo bolinhas de papel, disfarço (absurdamente mal) os olhares em sua direção. E todo mundo pode dizer que quero ficar perto de você.
Você me abraça (tão pouco) e eu não quero mais te soltar. Mas sorrio e digo tchau. E todo mundo pode ler na minha expressão que queria que você ficasse.
É de uma forma um tanto infantil que me comporto ao seu lado - faço bobagens, digo o oposto do que quero dizer, rio o tempo todo.
Você, com seu jeito irritante e, principalmente, sua inteligência, me fez esquecer que não sou mais criança o bastante para me apaixonar assim. E eu, menina boba que sempre fui, de repente me vi com o coração na mão - que está estendida para você - e mil vezes a palavra chato pronta para ser atirada à sua pessoa. Não que eu ainda tente evitar esse sentimento, até você já deve saber que toda vez que te chamo de qualquer coisa, espero em troca só um pouco da sua atenção, além de um sorriso inteiro só para mim.
Se você quer saber, nossas brigas são incrivelmente divertidas para mim. E eu adoro quando você olha meio exasperado, meio divertido e diz baixinho como quem zomba "me ama demais". Gosto também quando você chega atrasado na aula e eu posso olhar para você como quem não quer nada. E, preciso admitir, eu seria incapaz de chegar ao fim de um dia sem suas implicâncias usuais.
Eu só desejo que você saiba como me sinto. Porque você é um chato, mas o chato mais incrível que eu já conheci.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Água com açúcar

A tristeza tem gosto de água com açúcar.
Criança ainda, costumava imaginar com uma curiosidade mórbida como parecia ao paladar a bebida do sofrimento, tão típica dos melodramas da televisão. Criava as possibilidades, mas não a bebi: era o líquido que acompanhava as lágrimas, mesmo sabendo que deveria ser o extremo oposto delas, que eram, afinal, apenas água com sal. Não a bebi pois tinha um quê de intocável, quase místico, não devia ser bebida em vão.
Porém foram poucos os anos vividos com a dúvida. Um dia veio a morte - não tão repentina, posso ver hoje, mas, para uma menina, definitivamente brutal - e me engasguei com o conteúdo do meu copo. Mesmo nove anos depois, não posso dizer se a causa foi a tristeza ou a água com açúcar.
Estava bebendo e pensei, enquanto o sal saía e o açúcar entrava, que o que eu realmente precisava era de água. Pura, limpa, sem nenhum traço daquele sabor adocicado que zombava da minha dor mesmo enquanto tinha o gosto da podridão da morte. Então me vi tossindo, cuspindo, chorando, desesperada para arrancar de mim tudo que feria tão profundamente
Ainda hoje, semelhanças se fazem presentes nas duas: carregam em si uma espécie de prazer - o sentimento carrega uma poesia tal que acaba por servir de berço à inspiração, o líquido carrega um sabor que pode ser agradável, herança do açúcar presente nele - e ambas possuem naturezas dúbias; fortes, mas, por vezes, plácidas. Agitam, acalmam, bagunçam o seu ser. E acabam por transformar a mente curiosa de uma garotinha em uma inquieta, porém dona de uma certeza: a tristeza tem gosto de água com açúcar.

domingo, 15 de abril de 2012

Bloqueio Poético

Aquele ímpeto de escrever
Ideias borbulhando
E o papel rindo de você.

Valéria

Tem uma aranha morando na janela do meu banheiro. Para fins inexistentes, digamos que seu nome é Valéria.
Não sei muito sobre Valéria. Ela anda bastante, costuma me encarar, gasta seu tempo livre me aterrorizando e tem sempre por perto uma bolinha de teia que pode conter seus filhotes ou sua comida (ou, mais provavelmente, os dois, tendo em vista que ela é membro ativa do grupo dos aracnídeos demoníacos).
Enquanto eu tomava banho hoje, fechei os olhos e repeti para mim mesma o quão irracional é meu medo da pequena e cruel Valéria. Claro que depois de dois minutos entrei em desespero e precisei me certificar diversas vezes de que nenhuma amiga dela estava perto de mim.
Viver é tomar um banho de olhos fechados quando existe uma aranha na janela. O medo é constante, as incertezas te assombram; mas, vez ou outra, pode se ter a sorte de não cruzar com seus pesadelos.
Acontece que são os momentos terríveis que fazem o alívio ser real. Talvez seja a tristeza nada mais que a condição necessária para que a felicidade nasça.
Quem sabe se Valéria não é o que dá sentindo na vida? Mas, já digo antes que me perguntem, eu prefiro que Valéria se mude para outra janela. Ela pode dar sentido à vida de outro alguém - alguém que realmente a aprecie e não fique mortalmente apavorado.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Autorretrato

Sempre pequei pelo exagero. As sensações transbordam em mim, tudo que faço é com total entrega. Prefiro me manter quase que verborrágica a tentar me fechar para o mundo.
A visão que tenho dele também beira ao exagero : para mim, ele é grande - tão absurdamente grande! - e não importa se sou o centro ou uma simples coadjuvante, tudo parece tão extenso e o único limite entre minha individualidade e a energia que flui livre ao meu redor é aquilo que escrevo.
Nem mesmo posso explicar o porquê de escrever: em parte, para provar que realmente existi em algum momento. Em parte, pela necessidade de arrancar as idéias de cima de mim, elas me sufocam, me desesperam, me inundam. Na maior parte do tempo, pelo prazer da palavra escrita, prazer esse sempre tão doce, tão profundo.
Quero o prazer em tudo, como bom espécime exagerado da raça humana que sou. Procuro beleza: em mim, nos outros, nas coisas, nas tentativas frustradas.
Necessito. Sempre necessito. Tenho fome de conhecimento, de cultura, de amor, de dor. Sinto vontade de me encontrar e então me perder.
E por falar em perder, cá estou eu, perdida nesse mar tantas vezes navegado, em minha mente.
E as palavras fluem livres. Ou seria a energia do mundo? Ou seriam minhas idéias? Ou seria eu?
Procuro a instabilidade e as dúvidas. Porque não quero o conforto. Quero a poesia. Quero o desespero. Quero a felicidade sublime. Quero a liberdade.
E que venham a prolixidade e o exagero. Estou de portas e braços e mente abertos para eles, para mim, para o Todo e para as partes. Ah, o Exagero!

domingo, 8 de abril de 2012

Ao Nosso Começo (ou ao que espero que seja)

Eu poderia ter virado as costas, não ter conversado contigo e ainda estaria em uma posição confortável. Mas não fiz isso.
Foi um gesto impensado, mas quem poderia prever o que aconteceria a seguir? De que forma eu poderia adivinhar que você revelaria ser alguém tão inteligente e gentil? E que, além de se tornar mais bonito a cada dia, você pareceria tão certo dentro da minha vida torta?
Antes de abrir espaço para você nos meus dias, acreditei que estava no caminho certo, que eventualmente viria a me apaixonar por determinado rapaz, e, sem sequer pensar, acabei me jogando de cabeça nessa situação. Porque meus pensamentos  ingênuos me perguntavam que mal poderia haver em mais um amigo.
Claro que, quando te conheci, vi que era bonito e que um "nós" não seria nem um pouco ruim, mas a convivência me mostrou mais de você do que eu imaginava existir. E agora me pego olhando na sua direção enquanto imagino se você poderia pensar em mim de outra maneira.
Não digo que me apaixonei. Tenho dúvidas quanto a isso, já que, quando você está longe, quase me esqueço desse sentimento que tem se aflorado em mim. Por outro lado, quando você chega - e eu nem sequer tento me enganar, estou sempre esperando - , uma certeza de que você me faria feliz se instala dentro da minha cabeça.
Sei que misturei as coisas e sou a única que se sente assim, mas não me arrependo: só por saber que existe aquele que se infiltra em meus pensamentos e deixa tudo tão mais bonito (porque reflete seu jeito), eu ignoro os pesares de gostar de você como comecei a fazer e dou graças ao que quer que tenha me permitido te encontrar.

sábado, 7 de abril de 2012

Julieta

Pegue seu carro, vamos sair desse lugar. Ninguém esteve tão fundo em meus sentimentos, não devemos a ninguém. Nós dois podemos fugir.
Então pegue seu carro e dirija. Em frente, em frente, em frente. Não liguemos se surgirem curvas ou desvios. Escaparemos com vida (vida é ter você ao meu lado).
Eles não sabem da verdade, não sabem que seu nome não faz diferença, uma rosa teria o mesmo perfume se não fosse chamada assim. Eles não sabem que só vejo você.
Continuaremos a correr, não precisamos voltar. Em frente!
Então nós dois conseguimos. Tão longe de casa, tão perto do "felizes para sempre".
Mas, ouça!, são eles! Nossos pais, nossos futuros, nossos fantasmas. Querem nos separar. Estamos encurralados nesse quarto escuro!
Então pegue seu punhal e me atinja. Nenhuma morte seria mais doce. Beba desse veneno, então. Mantenha-o em seus lábios. Beije-me. Em frente agora, meu amor.

Numquam

Se eu disser que nunca a amei estarei mentindo.
Se eu disser que nunca me arrependi estarei mentindo.
Se eu disser que nunca quis estarei mentindo.
Mas nunca duvide do quanto te amei.
Nunca duvide de que nunca a esquecerei.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sobre o mesmo par de olhos verdes

Seus olhos verdes ainda parecem tão bonitos quanto pareciam àquela menina que outrora fui. Vê-los tão inesperadamente fez meu coração se agitar muito mais do que imaginei que aconteceria. Não que eles tenham dado qualquer sinal de reconhecimento.
Em todos os três segundos e meio em que olhei para eles, as memórias surgiram. A lembrança do ritmo dos nossos corações que batiam em sincronia, da textura dos seus cabelos, do calor dos seus abraços, do formato das suas mãos. A lembrança da sensação de amar tão intensamente. Tudo de volta em um espaço de tempo tão pequeno.
Você me conhece bem para adivinhar que meus pés pararam de obedecer à minha cabeça - que permanecia virada para tentar te ver melhor - e tropeçaram em coisas inimagináveis. Também me conhece o suficiente para concluir que eu escreveria sobre nosso (rápido) encontro; sei que teria previsto o texto e meus sentimentos conturbados caso seus olhos me reconhecessem. Sei que entenderia o quanto senti sua falta.
Acho que eu devia simplesmente aceitar que, não importa quão magnífico ele pareça, seu olhar nunca vai cruzar com o meu e desejar repetir nossos erros. Porque eu sei - eu sempre soube - que nós dois éramos apenas erros. E, como você, eu não quero voltar. O que nós tivemos acabou, nossos sentimentos acabaram de forma quase indolor. Mas são seus olhos que me fizeram esquecer que não te amo mais e que provavelmente nunca mais seria capaz de fazê-lo. Meu mal, sempre foram seus olhos que me enganaram.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Análise de Um Sonho e Flocos de Neve

Sonhos.
O que são sonhos? Desejos do fundo do seu coração, lembranças, influencias reordenadas do seu subconsciente?
Na verdade não importa o que eles são. Se eles são felizes, estranhos, egoístas,complexos, dadaistas, cópias, sensoriais, recorrentes ou em estrofes. O que importa é que os tenhamos e melhor ainda, que eles se tornem realidade.
Hoje eu tive um sonho muito aleatório, com personagens fantásticos, complexos que tenho o orgulho de admitir existem no mundo real. Até aí tudo bem, acontece com todos sonhar com coisas do seu dia-a-dia,mas o que me surpreendeu foi a vivacidade desse. Eu nunca tinha me sentido tão viva, tão parte de algo como nesse sonho. Quem dera tivesse sido real. Quer dizer, ele foi real ali, naquele momento em que estava dormindo. Mas foi tão real quanto as palavras aqui escritas, quanto as teclas em baixo dos meus dedos ao digitar. Foi um sonho completo, gostoso de sonhar. Não explorei lugares inimagináveis, não lutei com heróis ou dragões, não conheci seres fantásticos que habitam tantos livros que li. Não voava, não falava em línguas mágicas, não era nada especial. Era simplesmente eu, sem tirar nem por. Minhas falhas, meus méritos, minhas manias. Os meus companheiros não eram tão bem formados, mas diria serem copias dignas dos originais. O tempo era frio, chuvoso, quase a ponto de nevar, mas até onde fui não caiu nem um floquinho de neve. Era noite, noite vagabunda dessas onde não há nada para se fazer além de sair, conhece-la. Era uma noite infantil, plácida. Comparo-a a um rio congelado. Calmo e firme por fora, mas por dentro suas águas ainda correm, apenas de maneira mais silenciosa. Havia uma tensão no ar contagiante. Como se o mundo todo estivesse prendendo a respiração a espera de algo grandioso e magnífico. Foi um sonho em cores e sons. Mas se eu fosse torna-lo um filme colocaria-o em preto e branco para aumentar a dramaticidade, talvez reduziria os sons também. Deixasse somente os ruídos dos meus passos ao caminhar, dos copos batendo na mesa e uma musica de fundo. Diálogos seriam travados entre eu e uma segunda pessoa que estaria nas sombras, não veríamos seu rosto,apenas seus pés, mãos, uns olhares com closes da camera e em alguns momentos relances do que poderia ser. Esses diálogos transcorreriam com gestos, com olhares e com mudanças da musica de fundo. Efeitos especiais inexistentes, no máximo talvez colocasse o tal floco de neve, que nunca caiu, no final dos créditos. Meu set de filmagem seria uma rua a noite e pronto. Nem figuração seria necessária.
Talvez fosse pretensioso de mais de minha parte imaginar esse sonho tão simples e cotidiano como digno de um Urso, de uma Palma de Ouro ou de qualquer outra estatueta. Mas sonhar não custa nada, então sonharei com isso também.
Desse sonho o que mais gostei foi da intimidade retratada através de um diálogo. Do como estava confortável para simplesmente me abrir com alguém. Falar dos meus medos, anseios, falar de meias por que não?
Era tão aconchegante tal atmosfera por mim criada, sem saber, que quando acordei senti falta. Foi como se não estivesse pronta para sair daquela rua, encerrar aquela conversa ou nunca chegar a descobrir se ia nevar ou não. Sim, colocaria o bendito floco de neve para pelo menos dar uma sensação de conclusão, de dever cumprido.
Seria um curta pois quão longo poderia ser esse filme? Até para mim foi um curta metragem, mesmo sabendo que sonhei 120 minutos aproximadamente. Para vocês verem tamanha era a quantidade de detalhes.
Perdoem me, divaguei tanto sobre tal sonho que me peguei sonhando de olhos abertos, coisa bem comum para minha pessoa. Quando não estou sonhando estou pensando no que sonhei.
Sonhos são minha realidade particular, meu mundo idealmente errado, ao contrário.Perfeitamente imperfeito, mas sem neve aparentemente. Uma pena.

domingo, 1 de abril de 2012

Acontece

Assim é como começa: você chega em casa sorrindo. O dia seguinte parece muito distante. Seu braço ainda parece formigar onde ele te tocou.
Vocês se encontram e você se pergunta como não o achava bonito. Ele sorri e até os dentes tortos parecem muito charmosos.
Não, é claro que você ainda não se apaixonou. Isso só acontece quando ele fala de filmes europeus. Sim, acontece com todas nós.
Então vocês se aproximam. O suficiente para que ele não saia mais da sua cabeça. As conversas tão inteligentes te mantêm acordada durante as noites e todas as músicas de amor parecem escritas especialmente para você - como seria diferente?
E as coisas permanecem assim, um misto de doçura e angústia. Até que ele se apaixona. Não, não por você. Por um pessoa tão inteligente e sensível quanto ele. Por uma pessoa interessante e engraçada, de quem você nem consegue sentir qualquer mágoa: um rapaz tão especial quanto ele.
Não se preocupe, acontece com todas nós.