terça-feira, 3 de abril de 2012

Análise de Um Sonho e Flocos de Neve

Sonhos.
O que são sonhos? Desejos do fundo do seu coração, lembranças, influencias reordenadas do seu subconsciente?
Na verdade não importa o que eles são. Se eles são felizes, estranhos, egoístas,complexos, dadaistas, cópias, sensoriais, recorrentes ou em estrofes. O que importa é que os tenhamos e melhor ainda, que eles se tornem realidade.
Hoje eu tive um sonho muito aleatório, com personagens fantásticos, complexos que tenho o orgulho de admitir existem no mundo real. Até aí tudo bem, acontece com todos sonhar com coisas do seu dia-a-dia,mas o que me surpreendeu foi a vivacidade desse. Eu nunca tinha me sentido tão viva, tão parte de algo como nesse sonho. Quem dera tivesse sido real. Quer dizer, ele foi real ali, naquele momento em que estava dormindo. Mas foi tão real quanto as palavras aqui escritas, quanto as teclas em baixo dos meus dedos ao digitar. Foi um sonho completo, gostoso de sonhar. Não explorei lugares inimagináveis, não lutei com heróis ou dragões, não conheci seres fantásticos que habitam tantos livros que li. Não voava, não falava em línguas mágicas, não era nada especial. Era simplesmente eu, sem tirar nem por. Minhas falhas, meus méritos, minhas manias. Os meus companheiros não eram tão bem formados, mas diria serem copias dignas dos originais. O tempo era frio, chuvoso, quase a ponto de nevar, mas até onde fui não caiu nem um floquinho de neve. Era noite, noite vagabunda dessas onde não há nada para se fazer além de sair, conhece-la. Era uma noite infantil, plácida. Comparo-a a um rio congelado. Calmo e firme por fora, mas por dentro suas águas ainda correm, apenas de maneira mais silenciosa. Havia uma tensão no ar contagiante. Como se o mundo todo estivesse prendendo a respiração a espera de algo grandioso e magnífico. Foi um sonho em cores e sons. Mas se eu fosse torna-lo um filme colocaria-o em preto e branco para aumentar a dramaticidade, talvez reduziria os sons também. Deixasse somente os ruídos dos meus passos ao caminhar, dos copos batendo na mesa e uma musica de fundo. Diálogos seriam travados entre eu e uma segunda pessoa que estaria nas sombras, não veríamos seu rosto,apenas seus pés, mãos, uns olhares com closes da camera e em alguns momentos relances do que poderia ser. Esses diálogos transcorreriam com gestos, com olhares e com mudanças da musica de fundo. Efeitos especiais inexistentes, no máximo talvez colocasse o tal floco de neve, que nunca caiu, no final dos créditos. Meu set de filmagem seria uma rua a noite e pronto. Nem figuração seria necessária.
Talvez fosse pretensioso de mais de minha parte imaginar esse sonho tão simples e cotidiano como digno de um Urso, de uma Palma de Ouro ou de qualquer outra estatueta. Mas sonhar não custa nada, então sonharei com isso também.
Desse sonho o que mais gostei foi da intimidade retratada através de um diálogo. Do como estava confortável para simplesmente me abrir com alguém. Falar dos meus medos, anseios, falar de meias por que não?
Era tão aconchegante tal atmosfera por mim criada, sem saber, que quando acordei senti falta. Foi como se não estivesse pronta para sair daquela rua, encerrar aquela conversa ou nunca chegar a descobrir se ia nevar ou não. Sim, colocaria o bendito floco de neve para pelo menos dar uma sensação de conclusão, de dever cumprido.
Seria um curta pois quão longo poderia ser esse filme? Até para mim foi um curta metragem, mesmo sabendo que sonhei 120 minutos aproximadamente. Para vocês verem tamanha era a quantidade de detalhes.
Perdoem me, divaguei tanto sobre tal sonho que me peguei sonhando de olhos abertos, coisa bem comum para minha pessoa. Quando não estou sonhando estou pensando no que sonhei.
Sonhos são minha realidade particular, meu mundo idealmente errado, ao contrário.Perfeitamente imperfeito, mas sem neve aparentemente. Uma pena.

Um comentário:

  1. Adoro sonhar também!
    Esse seu sonho parece que foi bem interessante, percebi que queria muito que tivesse nevado... Eu não sei se seria bom controlar nossos sonhos, poderia perder um pouco da graça, mas seria ótimo se pudessemo só dar uma pausa no sonho e continuar anoite, teriamos duas vidas!

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